Iminência
O Cerrado, coração do Brasil, enfrenta uma crise climática urgente. Este projeto fotográfico, no qual venho trabalhando, busca provocar reflexões acerca deste momento crítico utilizando a linguagem visual para revelar a complexidade dos impactos e inspirar uma conexão visceral com este bioma vital (ou com a problemática da Emergência Climática). O Cerrado, reconhecido mundialmente como a savana tropical mais biodiversa do planeta, desempenha um papel ecológico fundamental, sendo muitas vezes chamado de "berço das águas" devido à sua função crucial na alimentação das principais bacias hidrográficas brasileiras. Sua importância hídrica transcende suas fronteiras, influenciando a segurança da água e do clima em geral em grande parte do Brasil. Portanto, o seu desequilíbrio afeta em última instância o bem-estar de milhões de indivíduos, da nossa e de todas as outras espécies levando ainda instabilidade aos ecossistemas interconectados.
O Cerrado enfrenta, no entanto, ameaças cada vez maiores, impulsionadas pela expansão agrícola, pelo desmatamento e pelos impactos cada vez mais evidentes da crise climática. As taxas de desmatamento, em alguns momentos, superam as da Amazônia, expondo uma urgência muitas vezes negligenciada que clama por atenção visual. É neste contexto crítico que a arte em geral e a fotografia, no meu caso, emerge como uma ferramenta poderosa, capaz de comunicar as complexidades da crise ambiental, evocar emoções profundas e impulsionar a conscientização e a ação. A narrativa visual tem o potencial de transcender a compreensão puramente intelectual, estabelecendo uma conexão pessoal e potente com a urgência da situação no Cerrado.
O início deste trabalho se deu durante as fortes queimadas que tomaram conta de Brasília e do entorno, em setembro de 2024, quando pude ver e sentir de perto os efeitos do fogo que se alastrou, seja nas proximidades de onde moro seja em grandes áreas preservadas do cerrado na capital, como no Parque Nacional de Brasília. Minha abordagem consiste em aplicar várias camadas de imagens fotográficas para representar o calor, a secura das árvores, o rastro e pegadas humanas neste processo de destruição.
O início deste trabalho se deu durante as fortes queimadas que tomaram conta de Brasília e do entorno, em setembro de 2024, quando pude ver e sentir de perto os efeitos do fogo que se alastrou, seja nas proximidades de onde moro seja em grandes áreas preservadas do cerrado na capital, como no Parque Nacional de Brasília. Minha abordagem consiste em aplicar várias camadas de imagens fotográficas para representar o calor, a secura das árvores, o rastro e pegadas humanas neste processo de destruição.
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